terça-feira, 9 de março de 2010

Ao (grande) mestre, com carinho

Meia noite, eu preciso dormir porque amanhã de manhã tenho várias coisas a fazer, e mais: É aniversário do grande mestre e eu ainda nem decidi o que fazer.

Eu gostaria que ele estivesse aqui, pra me dar o presente de sentarmos na praça de alimentação do denominado por ele, templo do capitalismo (leia-se shopping) e conversarmos horas a fio, mas ele não está aqui.

Sinto que a minhas palavras faltam, e, provavelmente faltariam se eu tivesse o dicionário todo na ponta da língua, talvez até se eu tivesse mais de um dicionário assim.

Mal dormi e a noite já passou! Preciso levantar, estou com uma pilha de requisitos para analisar hoje e, com sorte, modelar ao menos parte do banco de dados para validarmos na próxima reunião, mas essas coisas não interessam ao mestre, hoje é o aniversário dele!

Uma pausa.

Esqueci todos os compromissos, para empreender um tempo em homenageá-lo, que os requisitos esperem, porque o mestre não pode esperar: Hoje é seu aniversário! Seu aniversário! Espero que os seus alunos atuais estejam sabendo valorizar a chuva de inteligência, perspicácia e criatividade das suas aulas; A sua dedicação profissional e o seu amor pela educação deste país. Espero que eles estejam cuidando bem das suas expectativas sobre a disseminação da nossa valiosíssima literatura e tenham descoberto a sua amizade e compreensão. Espero que não estejam te chateando e que os seus superiores estejam sendo civilizados para entender seus propósitos.

Não poderia te presentear sem me lembrar do primeiro texto meu que você leu, quando ainda estava no terceiro ano do ensino médio: ”Considerações sobre o tempo”. Talvez você não saiba, mas vários outros professores da nossa escola naquela época leram o mesmo texto e ficaram alheios a ele, mas você não: Leu, me deu força para mandá-lo ao projeto da UFMG, me deu força para mandar outros textos e hoje, nós dois temos textos publicados pelo mesmo importantíssimo projeto: A honra em tê-los publicados lá, junto ao 806, sem exageros, é maior do que junto a outros nomes, porque foi o seu nome me deu força para continuar, quando eu já quase desistia. O Casmurro, se não fosse você, seria desdenhado como tantos outros textos que eu fiz e não consegui mensurar o valor: Foi você que deu e agregou valor à minhas memórias adolescentes tatuadas em papel; Foi você, que não se importou se eu era um aluno de escola pública; Foi você, que mesmo querendo que eu fizesse Letras, me apoiou a fazer um curso tecnológico e ainda me confortava em meus momentos de dúvida: “Isso vai ser bom pra você, nós ainda vamos escrever juntos sobre a leitura no ciberespaço”; É você, a única pessoa em quem eu confio para criticar meus textos; É você, em quem eu confio para compartilhar minhas idéias; É você, o amigo que eu espero em todos os feriados, na maioria deles vem e desaparece, e eu perdôo sem problemas; É você que me ensina palavras que eu nunca vi antes e você é tanta coisa, que não caberia nas palavras, nem na literatura, por mais poderosa que ela seja.

O aniversário é apenas a ocasião que aproveito para externar tantas palavras que eu guardava comigo nesses últimos anos, em que te conheci. Não vou parabenizá-lo por estar completando mais um ano de vida, porque isso é uma conseqüência do tempo. Vou parabenizá-lo pela pessoa que você tem sido para a educação desses país e por tudo o que tem ensinado às pessoas. Ser bonzinho, apenas, não é tudo: É preciso acrescentar virtudes às pessoas e é isso que eu tenho certeza que você faz.

O título desse texto, é baseado no filme, que leva o mesmo título, e, eu, sem nenhum engano, diria que você é aquele professor: Capaz de transformar um banco de marginais em rapazes e moças bem educados e respeitosos. Espero não ter tomado muito o seu tempo, mas acho que, diante de tudo o que és, eu não poderia fazer menos do que isso, pelo contrário, eu deveria fazer mais, mas, as circunstâncias apenas me permitem dizer que tudo isso que eu disse, eu dedico, de coração Ao (grande) mestre, com carinho.

Atenciosamente

Ítalo Chesley Gomes da Silva

Sola Scriptura;

Blog Literário:http://italochesley.wordpress.com Blog

Tecnológico:http://italochesleytech.blogspot.com

"Não pode da mesma fonte o doce e o amargo, se Cristo habita de fato no coração."
Sérgio Pimenta

Um comentário:

  1. QUE HOMENAGEM! PARABENS JONAS, POR CONQUISTAR OS CORAÇOES E ATENÇAO DE SEUS ALUNOS....ESTE É MEU IRMAO....BJOS

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