segunda-feira, 19 de julho de 2010

Eu sou o Capitalismo

(Ítalo Chesley)


Boa noite senhoras e senhores,

Meu nome é capitalismo, tenho centenas de anos, milhões de vítimas e sou imortal. Alguns me confundem com o diabo, outros tem certeza que eu o sou. Mas eu sei que não sou, apesar de ser facilmente confundido com ele.
Depois que eu surgi, a humanidade tem progredido e, ao mesmo tempo, regredido muito.
Ela se dividiu em duas porções exponencialmente diferentes: Pobres e ricos.

Desde sempre existiram essas duas classes de pessoas, mas com a minha existência, foi oficializada a nova nomenclatura,as palavras que marcam e marcarão a humanidade até o dia do fim.
Pobres e ricos. A fatia dos pobres, não se compara com a dos ricos;Claro que não se compara!
Quem é pobre sabe muito bem disso e os ricos provavelmente, em sua maioria não se importam. A não ser que tenham que fazer alguma campanha publicitária de solidariedade, pouco convincente, para se manter na posição

Mas, enfim. Eu sou um dos poucos que assume os próprios atos.
Sou responsável pelas guerras, pela pobreza, pela injustiça, pelo atraso, pela fome, pela prostituição, pela ambição e muitas outras coisas que me fogem à memória agora.Mas, as que eu disse, são suficientes para me condenarem sem clemência, eu sei, mas não me condenam, sabe por que?

A minha condenação traria uma revolução incrível e jamais vista por qualquer ser humano da face da terra. Os (poucos) detentores do poder o perderiam, portanto, não permitem, aos (muitos) pobres que sofrem com a minha existência, que acabem com isso.

Eu sobrevivo, os ricos sobrevivem, os pobres “vivem”…até que a humanidade acabe…até que tudo se acabe…ou até que alguém descruze os braços.

Disponível em << http://italochesley.com/literatura/?p=88 >>

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