Proposta
São muitas as
concorrências que o sistema educacional enfrenta hoje, materiais e imateriais,
fora e dentro de sala. De um lado, o apelo dos inúmeros gadgets tecnológicos:
músicas, filmes, jogos em múltiplas cores e sons. De outro, a companhia de
valores supérfluos, hedonistas e imediatistas da sociedade atual. (...) Como a
escola pode lidar com esse panorama? Adaptar-se a essa nova realidade,
incorporando novas metodologias, mesmo que às custas de profundidade e
reflexão? Ou manter a tradição de ensino, correndo o risco de ter alunos apenas
à espera do diploma?
(CURI, Martim da Veiga. “O dilema da escola
contemporânea: perder ou perder.” In: Correrio Brasiliense, 02/05/03)
Há ensino de valores quando o
professor, ao preparar suas aulas ou atividades curriculares, planeja,
organiza, redireciona e avalia os temas transversais que não são, vale
advertir, novas matérias, mas assuntos que atravessam as diferentes áreas do
currículo escolar: ecologia, consumo, trabalho etc. Não há, portanto,
necessariamente, aula, com dia e horário previamente estabelecidos, para o
ensino de valores. Ao contrário, o ensino de valores decorre de ocasiões que surgem
ao acaso – como uma flagrante de uma cola durante a realização de uma prova em
sala de aula ou de uma briga entre alunos na hora do recreio – ou de ocasiões
já previstas na proposta pedagógica para o bimestre ou semestre e, dependendo
da sensibilização do professor, um tema considerado relevante para a educação
moral dos alunos.
(MARTINS, Vicente. Fonte: Artigos.com)
Descobri, triste, que não sou mais
professora... Pois se educar é ser tolerante com conversas, discussões por nada
e até xingamentos entre alunos, então não sou professora. Se educar é suplicar
por atenção (como se quem dela precisasse fosse eu), então não sou professora.
Se educar é ter que aplicar estratégias circenses e fazer da aula uma festa
para transmitir conhecimento, então não sou professora. Se educar é ter que
ouvir reclamações de pais que protegem filhos mal educados, então não sou
professora. Se ainda me mantenho no trabalho, é porque preciso do salário;
tristes são os alunos, que acham que não precisam de mim.
(FONSECA, Ana Maria.
Seção de cartas da revista Nova Escola)
As pessoas falam que a educação precisa
se adaptar aos novos tempos. E muitas instituições (muitas, mas para poucos) se
gabam de usar toda sorte de tecnologias no ensino. A maioria se esquece,
todavia, que justamente em momentos como o atual, quando já não temos certeza
de mais nada, quando os aparatos tecnológicos são usados sem reflexão, quando a
lógica econômica justifica barbaridades, justamente em momentos assim, em que a
humanidade perde a fé em si mesma, aquilo de que mais precisamos é a
consistência que só a tradição pode nos trazer. (...) Giz, quadro e muito
conteúdo, só assim estaremos preparados para os desafios da realidade, como
fica demonstrado pelo currículo das pessoas que mais admiramos: quase sempre
ex-alunos das instituições mais tradicionais, aquelas que não se rendem às
aparências.
(BRAVO, Ulisses de S. Entrevista citada em
CURI, Martim da Veiga. “O dilema da escola contemporânea: perder ou perder.”
In: Correrio Brasiliense, 02/05/03)
(ANGELI. In: http://acertodecontas.blog.br/)
Dizer
que a escola é central na formação de um indivíduo é quase um lugar-comum.
Apesar dessa unanimidade, não se pode dizer que a educação tem sido um processo
livre de problemas, carências e críticas. Atualmente, em meio à crise de
valores e à necessidade de formar cidadãos que façam a diferença, as escolas se
deparam com numerosos episódios de indisciplina, violência e desinteresse,
tornando urgente um reflexão sobre seu modelo. Considerando a figura e os textos
acima como motivadores, redija um texto dissertativo-argumentativo a respeito
do seguinte tema:
Como a
escola pode cumprir sua missão social no panorama contemporâneo?
Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos
adquiridos e as reflexões feitas ao longo de sua formação. Selecione, organize
e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista e
suas propostas, sem ferir os direitos humanos.
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