quarta-feira, 12 de maio de 2010

A UFMG “bateu“ a carteira de meu tio

Na edição de 14 de fevereiro de 2010 do HOJE EM DIA, no caderno Domingo, publiquei um artigo intitulado “A carteira de meu tio” no qual, resumi e analisei alguns trechos da obra indicada pela UFMG, bem como parabenizei a instituição pela continuidade na recomendação da leitura de obras literárias.

Na justificativa, explicitei que minha posição favorável à leitura dos clássicos se dava por dois motivos: primeiro, por acreditar, assim como Antonio Candido que a Literatura é um direito de todo o ser humano, portanto não podemos furtar do mesmo o direito de acesso aos clássicos; segundo, o brasileiro tem uma das piores médias de leitura de livros anualmente, mesmo com a indicação de cinco livros literários por vestibular.

Pesquisas recentes ainda revelam o déficit de leitura mostrando que o índice de leitura per capita/ano não chega a dois livros.

No artigo, ainda ressaltei a resistência da UFMG na indicação aos livros já que boa parte das “faculdades” aboliram total ou parcialmente a indicação de obras literárias, contribuindo assim com esse déficit de leitura.

Logo após ler as últimas notícias sobre a adesão da UFMG ao novo Enem, o que mais temia enquanto professor de língua e literatura sobreveio. A leitura dos livros também foi abolida por aquela que vem se destacando como uma das melhores universidades federais do país. E ao ler os depoimentos dos alunos que já compraram os livros e que agora veem a leitura dos mesmos como uma atividade vã, chego a mais uma conclusão:vai ser difícil ganhar dos nossos hermanos argentinos que teem uma média de leitura per capita/ano de 5,8 livros. Mas como virá a Copa do Mundo, daqui a pouco a maioria irá esquecer esses números e iremos celebrar a pátria do futebol que continua sem cultura, sem livros e agora sem vergonha de abolir aquilo que traria o maior desafio aos vestibulandos: os livros!

Sola Scriptura.

Um comentário:

  1. Bravo!
    A leitura e a interpretação são fundamentais para o aprendizado, inclusive na matemática.
    Ano de copa, vamos escrever mais sobre futebol e ganhar dos nossos hermanos! Viva o Brasil!

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